Muitas vezes esse antigo dilema ganha força em nossa vida, devido a várias circunstâncias que enfrentamos nesse cotidiano repetitivo e competitivo que exige que sejamos produtivos para nos sentirmos valorizados. Mesmo com todas as conquistas que somos capazes de obter, recorrentemente somos acometidos com uma sensação desconfortável de despropósito e insatisfação. É uma espécie de sintoma que vibra em nossa percepção e que se não tomamos conta dele, pode se alastrar e dominar nossas emoções por completo.
O capitalismo que vivemos exige que repetidamente comprovemos nossa criatividade e capacidade de superação. É um bombardeio tão frenético de exigências e expectativas que assolam nossa autoconfiança e estabilidade emocional, que talvez apenas um guerreiro mitológico fosse capaz de enfrentar e sair ileso do combate. As sequelas são imensuráveis e se alastram como ervas daninhas que vão tomando conta das nossas emoções sem que percebamos, até que de repente nos percebemos inseguros e cansados.
Todo esse martírio pode ser evitado se despertarmos nossa consciência para o que é primordial em nossa existência: estarmos vivos e nos sentirmos bem! Nisso se resume o propósito de toda vida no planeta e até no cosmo. Refletindo mais profundamente nesse propósito, percebemos que já existem desafios cotidianos suficientes, como o equilíbrio da saúde, o envelhecer e a disputa com o mais forte. São aspectos naturais que a lei da vida nos condiciona e que ignorantemente insistimos em negligenciar, quando nos impomos que a aquisição de um imóvel, a estabilidade financeira e até nosso estado civil são metas condicionantes para uma vida plena e satisfatória. Até parece que um imóvel é capaz de nos proteger da morte, que um casamento condiciona nossa reprodução ou que o dinheiro garante nossa saúde.
O pior é quando montamos na espiritualidade para sugerir essas conquistas frívolas do cotidiano, alucinadamente esquecendo que a existência do mundo espiritual ou energético, nos possibilita compreender que nossa vida não se resume ao fato de podermos produzir, conquistar ou evoluir, o ensinamento primordial é de que existimos e somos capazes de irmos além do mundo material. Essa perspectiva de conquista e ganância se dilui no vasto mar da sutilidade energética, onde somos parte uma grande massa magnética que compreende o cosmo e portanto, é independente ao nosso estado de consciência. Nesse mar o importante é nossa vibração e a direção que ela nos conduz no contexto total da exigência cósmica.
Essa insignificância existencial esmaga nosso ego com tremenda violência e nos deixa fadados a buscar coisas, circunstâncias e crenças que nos amparem nesse constante vazio desproposital, que esconde nossa função coletiva e aprisiona nossa percepção de poder. É um estado de embriaguez lúcida, em que a realidade fica limitada ao que nossos sentidos básicos permitem ser acessado e nossa consciência permite catalogar. No entanto, há mais… muito mais! Porém, é mais do que podemos compreender, interferir ou controlar. É algo que apenas precisamos permitir e confiar, pois como uma inteligência superior, nos conduz ao triunfo maior, o triunfo de ser parte de um todo imensurável onde tudo faz sentido e tem um propósito.
Rodrigo Ozório
Coach Espiritual
+55 84 99621 5601

Excelente reflexão e necessária cada vez mais no mundo cotidiano. Quiçá as pessoas dedicassem um pouquinho de tempo para pensar nisto. Parabéns.
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Gratidão pelo elogio e por compartilhar sua importante opinião Otávio. Nossa proposta é exatamente provocar no cotidiano das pessoas esse “pouquinho de tempo” para refletirem sobre suas vidas, se estão realizadas com o que fazem, se estão exercendo sua verdadeira essência neste mundo materialista em que vivemos! Abraço Iluminado.
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